quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Fernando Tordo emigra diz a TVI


Que momento decepcionante para a TV portuguesa e para o jornalismo em particular aquele que a TVI está neste momento a proporcionar ao expectador do Jornal da 8.

Passam uma peça comunicando que o cantor da velha guarda Fernando Tordo foi trabalhar para o Brasil, deixando assim este país. Só a peça por si BASTAVA para elucidar o espectador. Mas não lhes bastou. Como tomaram conhecimento do facto através de um post no blogue do filho escritor do cantor, estabeleceram ligação com Póvoa do Varzim, onde o filho João se encontra para fazer uma entrevista em direto.

Digamos que para ser o que estava a ser mais valia não a terem feito. João Alberto Carvalho tentou conduzir a entrevista com um toque de drama e sensacionalismo. E o entrevistado tentava tirar o sensacionalismo e o drama contido nas questões e tentou, mais que uma vez, explicar que assim como o seu pai, outros cidadãos na mesma faixa etária devem passar pelas mesmas dificuldades. Mas coincidentemente era interrompido. O jornalista a querer o drama particular da figura mediática (Fernando Tordo) através do sofrimento e desgosto do filho (João Tordo), como se tudo não passasse de um guião, como tantos outros guiões sempre iguais, e o filho a tentar responder sem dar tanto ênfase ao negativo da partida e tentando falar que o negativo é a situação social e as decisões políticas que conduziram a situações como a de seu pai. Em suma o rapaz deixou um desabafo no seu blogue pessoal hoje cedo, a manhã depois do pai partir, e a Comunicação Social achou por bem apressar-se em o explorar ainda de noite, apresentando o assunto com mais drama e tornando-o mais específico quando na realidade João, o escritor, tem razão: o drama do pai é o drama de muitos outros portugueses anónimos. 

Tudo bem que se noticie o facto. Acho bom. Mas não que se explore. 
No blogue o acontecimento foi transmitido. Na TVI estava a ser explorado. 

A entrevista continuou, continuou, parecia que tinha sido ligada às pilhas do coelhinho Duracel. Mudou-se de canal. Apreciei mesmo foi o momento em que o entrevistado é interrompido pelo entrevistador que lhe coloca várias perguntas sobre as razões pelas quais o pai teve de sair do país, relacionadas com o facto de só receber uma pensão de quase 300€ mais uma outra qualquer mixaria da Sociedade Portuguesa de Autores (se não erro) que servia apenas para a gasolina para as deslocações em carro para os espetaculos e muito blá, blá, blá que sinceramente, não entendi bem. Não foi uma questão objectiva e clara a que o jornalista colocou. Vai que o entrevistado responde: "Não faço ideia. Não trabalho para as finanças". AMEI. É aquele tipo de resposta que nenhum jornalista, presumo eu, gosta de ouvir. Mas diante da questão colocada em que praticamente se conduzia o entrevistado a facultar suposições como respostas, foi a melhor que se podia dar. Respostas de suposição de pouco servem a não ser encher tempo jornalístico de vazio.

*
João Alberto Carvalho estava mal preparado ou não se preparou de todo com as questões a colocar. Se tinha boas intenções aquando tomou a decisão de fazer esta entrevista não conseguiu ter sucesso nos seus intentos. Fiquei sem perceber porque razão foi prioritário fazer uma entrevista ao filho e menos ainda porquê a mesma pareceu durar uma eternidade sem que nada demais fosse avançado.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

O que faz rir MAIS em televisão?

Existem vários programas em televisão que apostam na comédia para divertir o telespectador. Mas eu confesso: nenhum, nenhuma sitcom, série ou filme de comédia me tira gargalhadas mais gostosas do que este programa: Fashion Police (canal E!).

Tudo se deve ao humor satírico e pujante de Joan Rivers. Ela diz as coisas mais espantosas, inesperadas e impróprias com a velocidade das balas que saem de uma metralhadora. Comenta como só ela pode comentar. Só ela tem "permissão", tem estatuto para tal. Joan é uma senhora ("mata-me" se ouvir isto) que já deve ir bem avançada nos seus 70 anos de idade (palpita-me até que já está para lá dos 80 mas pronto, aparenta 70 e muitos) mas abençoada seja porque a mente dela não ficou travada no tempo ou envelheceu de acordo com as células do corpo. 


FASHION POLICE é um programa de "coscuvilhice", uma espécie de tertúlia rosa mas sobre moda. Sobre o que as estrelas levam para os eventos e para a passadeira vermelha. Fazem críticas honestas e pujantes sobre os "trapinhos" com que cada qual decide se apresentar e nem sempre são meigos :) Não seria, à partida, um género de programa que me atraísse muito, mas da forma como está conceptualizado acontece exatamente o oposto. O programa tem segmentos diversos, incluindo convidados - estrelas elas mesmas - que chegam a estúdio para fazer o mesmo género de crítica. Tudo é feito com bom humor e diversão. Mas é Joan, do grupo de quatro, a que "comanda o leme" e aquela capaz das críticas mais inteligentes e sagazes. 

Não sei - não posso adivinhar, se tudo aquilo é guião puro e nem tudo sai da cabeça dela mas sim de muitas cabeças espirituosas. Acredito, claro, ainda mais no universo produtivo americano que tudo está bem esquematizado e orientado previamente. Mas "conheço" Joan da participação no programa "The Apprentice - o aprendiz em português). Para quem não conhece o formato, resumidamente trata-se de um grupo de celebridades dividida em dois grupos que competem entre si para não serem "demitidos" por Donald Trump a cada tarefa que lhes é atribuída e pela qual competem para atingir grande sucesso. O formato visa angariar dinheiro para no final ser doado às instituições de caridade que o vencedor desejar - embora a cada prova cada chefe da equipa que vence tenha a mesma oportunidade de doar os lucros da prova. Neste programa as "vedetas e celebridades" são na medida do possível elas mesmas e os muito conflitos e confusões que surgem devido a desentendimentos e rivalidades faculta ao espectador uma visão do que ele raramente vê: a pessoa por detrás do artista ou da fama. Tudo isto para concluir que nesse épico programa, Joan mostrava-se igualmente sagaz. Inesquecível a rivalidade e o nível de ofensas trocadas entre ela, sua filha e Ann, uma jogadora de póquer profissional com quem por acaso não simpatizei. 

Adiante... 
Se entende perfeitamente o inglês então espreite FASHION POLICE, às sextas ou sábados, no canal E!. Mesmo se a moda e a coscuvelhice não é a sua «chávena de chá», vai rir. É muito espirituoso!